domingo, 27 de fevereiro de 2011

Por onde andei enquanto você me procurava.

Sempre há trilhas a serem feitas em Angelina. Cruzam-se cercas e abrem-se porteiras e prepara-se para subir morros de tirar o fôlego e disparar o coração.
A cada passo uma surpresa. Estas raizes aéreas por exemplo parecem não sentir medo de secar ao sol e estão decididas que um dia alcançarão o chão.


Angelina é um vale, o vale das graças como diz o povo. Neste lugar consegui ter idéia mais uma vez da geografia daqui, moramos numa grande valeta.

A vida está por todo o lugar, abundante. Os pássaros dão um show a parte. Eles me parecem sempre muito ocupados, porém livres.


E lá em cima das montanhas, um laguinho. Uma família de patos selvagens (um casal e seus oito patinhos) nadavam num momento só deles que a observadora aqui tentou não atrapalhar muito. A cena me absorveu por longos minutos. Já viu uma família de 8 filhos tomar banho de piscina todos juntos sem brigar, sem ninguem destruir nada e sem a mãe ou o pai vez que outra chamar a atenção corrigindo algo? Realmente harmonia igual a dos bichos selvagens na natureza é raro de ver. Eles estavam em seu Jardim do Édem.




Grandes árvores e suas barbas de pau impunham repeito para quem já criou raizes ali a muitos anos.

Em época de pega-pega isto deu uma trabalheira!
Até mais, um abraço!

Um comentário:

  1. Eu estava sempre no mesmo lugar quando me procuravas,talvez não de uma forma que pudesses ou quisesses me ver...
    Que saudades do cheiro de mato,barulho de grilo e pato.Vou abraçar uma árvore amanhã!!!

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Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá
as aves que aqui gorjeiam,
não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas
nossas várzeas tem mais flores,
nossos bosques tem mais vida
nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, a noite
mais prazer eu encontro lá
minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores
que tais não encontro eu cá
em cismar sozinho a noite
mais prazer eu encontro lá
minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá

Não permita Deus que eu morra
sem que eu volte para lá
sem que desfrute os primores
que não encontro por cá
sem qu'inda aviste as palmeiras
onde canta o sabiá.

GONÇALVES DIAS