domingo, 31 de julho de 2011

A Mordida da Brisa

A Brisa foi me acompanhar em uma corrida à praça e olha o que foi acontecer.

Esses buracos são os caninos da cadela Preta, o dobro do tamanho dela e estava solta na praça e que tentou primeiro abocanhar o Maré que só escapou porque foi mais rápido que a Brisa. A minha gordinha então (a Brisa) demorou questão de segundos. E derrubada gritava juto comigo. Cheguei tarde demais tentando unutilmente apartar uma briga desigual. Ela foi abocalhada e sacudida várias vezes como um trapinho de pano e depois, pra nossa sorte, arremessada longe.

Corri atrás dela que fugiu assustada cerca de uma quadra. E trouxe ela no colo toda ensanguentada e em pânico. Tive que passar de novo perto da Preta que agora me olhava como se nada tivesse acontecido. Era o único caminho a passar o Maré já havia disparado e nos esperava ancioso na outra esquina. Ainda faltavam uns 2 Km pra chegar em casa e não pude lava-la no colo o tempo todo. Ela foi mancando junto com o Maré que andava colado ao lado, como que a protegendo. A volta foi rápida e eu não tinha noção da gravidade da situação. Ainda ralhava com ela que havia me desobedecido quando eu mandara ficar em casa. E neste dia ela insistiu por 3 vezes. Fez questão de acompanhar. Nunca tinha dado em nada, mas dessa vez deu e acabou assim.

A veterinária teve que ser chamada em casa, pois os remédios que a agropecuária recomendou não estavam fazendo efeito. As feridas não fechavam, ao contrário abriam!



Foi feita uma limpeza do local com água oxigenada e gilete pra raspar o pelo ao redor.



A tadinha tava com febre alta e apodrecendo viva. O buraco pelas costas não tinha fundo. A veterinária inseria uma tesoura e ela não sentia. O cheiro era de carne podre.



Mas agora ela estava medicada e tratada pela doutora especializada, ela estava entregue, nem se mexia,  parece que sabia que precisava daquilo tudo pra sobreviver.


Preocupação com a filhota

Fechado o curativo e buracos cheios de gase ela era a minha cachorrinha de Tróia.

Já vai melhorar
Raçãozinha cara, canjinha de galinha com cenoura e batata...
Muito, mas muito mimo!!!
Encerrados os trabalhos veio o Maré num misto de ciúme e preocupação.
-Olhem o meu fucinho que levei um coice da égua faz tempo! Também quero uma consulta!!!

Calma Maré, amanhã ela volta e peço pra ela, hoje foi duas horas de curativos com a Brisa, estávamos todas cansadas.

A caminha foi pra dentro de casa, ao lado do fogão a lenha.
E agora é curativo todo dia. Carinho e remédios. E ah! Amarradinha quando saio de casa. Ela e o Maré que pegou mania de correr seguindo o carro.

E a Preta hein??? Ninguem pára essa cadela??? O dono finge que não vê, mas já é o segundo ataque a cachorrinhos que passeiam por ali. Pior é que se reclamar ele ainda é capaz de dizer que a Preta nem é dele. Entre ele e a Preta ainda fico com a última.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Símbolos Adinkra


Nesta postagem quero mostrar alguns símbolos africanos que poucos brasileiros conhecem, a pesar de toda a nossa história. São desenhos esteticamente bonitos e além disso fazem parte de uma linguagem que transmite a ética, os valores, a estética daquela cultura.

Aprendendo o Significado Símbolos Adinkra
Gravura de Reunião, onde se repassa o siginificado de cada símbolo. Cada pessoa tem seu banco específico

Os símbolos Adinkra contabilizam mais de setecentos desenhos que expressam sua sabedoria por meio de ditos populares, provérbios, baladas populares, representação de eventos históricos. São impressos em tecidos, objetos de prestígio, joalheria.


Em muitas línguas africanas, bom e belo são designados pela mesma palavra. Forma e
função são inalienáveis e o útil tem que ser obrigatoriamente belo.

Labourte-Tolra e Warnier(1997) observam que toda produção material humana pode ser apreendida em dois níveis: o estético, sentimento de prazer que proporciona àquele que percebe e o conceitual
ou semiológico, conforme o sentido, o papel, a utilidade que se atribuiu (o indivíduo ou o grupo
social) à obra.

Os símbolos adinkra conseguem unir os dois.

Desta forma a produção material africana já incorpora por meio do verbal, o que
espera, ou o que intenciona do não verbal.

Alguns dos símbolos ADINKRA

É o chefe dos símbolos adinkra. Simboliza a liderança, o carisma e a grandiosidade
O pé de uma galinha

O Chifre da Guerra. Simboliza a vigilância.

O coração Simboliza a paciência e a tolerância


Corações Ligados Simboliza a compreensão e o acordo
Ninguém deve morder os outros. Simboliza a paz e harmonia

Crocodilo. Simboliza a adaptabilidade
nyame biribi wo soro
Deus está no céu. Simboliza a esperança
Adôbe De Owo Foro
Serpente que escala a arvore. Simboliza a prudência
nyame nti
Pela graça de Deus Simboliza a fé e a confiança em deus
Dwennimmen
Chifre de Ram Simbolo da humanidade com a Força
Eban cerca
Símbolo do amor e da segurança a residência ao Akan é um lugar especial. Uma residência que tenha uma cerca em torno dela é considerada uma residência ideal. A cerca simbolicamente separa e fixa a família da parte externa. Por causa da segurança e da proteção que uma cerca tem, o símbolo é associado também com a segurança e a segurança uma encontra no amor.

Fihankra
Recinto domestico, Casa, Lar. Simbolo de segurança e espiritualidade

Funtunfunefu - DENKYEMFUNEFU
Crocodilos Siameses símbolo da democracia e da unidade. O estômago siames une os crocodilos, contudo eles lutam pelo alimento excedente. Este símbolo popular lembra que a guerra e o tribalismo são prejudiciais a tudo que acomplam neles.
Gyen Nyame
simboliza a supremacia de deus
nkonsokonson
Ligação símbolo da unidade das relações. lembra que na unidade encontra-se a força
Nkyi
símbolo da iniciativa, do dinamismo e da versatilidade
nsoromma
Criança do Céu (estrelas) Símbolo da Guarda. Um lembrete que o deus é o pai e zela por todos os povos.

sábado, 16 de julho de 2011

Índios Tarahumara

 
Existem cerca de 70.000 que vivem na Serra Madre Ocidental no Noroeste do México. Vivem em pequenos grupos isolados no Canyon do Cobre. Eles fazem parte da linhagem índigena asteca Uto e estão estreitamente relacionados com os Apaches do sudoeste dos Estados Unidos. A área onde vivem é extremamente difícil, uma cadeia de cinco desfiladeiros profundos, rodeado por altas montanhas com quase 2.000 m de altura. Três dos cinco cânions são mais profundos que o Grand Canyon dos Estados Unidos. O terreno é muito acidentado e nunca foi completamente mapeado e explorado. Os Tarahumaras são semi-nômades e habitam em cavernas e fendas naturais uma parte do ano.
 

MELHORES CORREDORES DE LONGA DISTÂNCIA DO MUNDO
Estudos realizados pela Universidade do Arizona afirmam que eles são naturalmenteos melhores corredores de ultramaratonas do mundo. Em suas atividades normais diárias correm em média 26 km por dia. Para esses índios, correr é mais do que esporte, a corrida é literalmente a vida. Eles vivem em terras muito acidentadas e viagens de carroça ou cavalo normalmente são impraticáveis. É normal correrem de 50 a 60 km num dia.
 
PERSEGUINDO O COELHO
Muito comum em nossos hábitos esportivos, alguns atletas iniciam num ritmo mais forte até cansar. Pois naturalmente é assim que os Tarahumaras sobrevivem. Eles se destacam não pela velocidade, mas sim, pela resistência. Para capturar animais silvestres como veados, perus selvagens e coelhos, usam a tática de perseguir os animais até que estes caiam de cansaço. Durante muito tempo eram contratados por pecuaristas para caçar cavalos selvagens, presas fáceis após um “cansaço”.
CERVEJA DE MILHO
Os estudos médicos chegaram a conclusão que a resistência dos Tarahumaras esta baseada mais no condicionamento do que na hereditariedade, e as duas causas principais para sua incrível resistência seja o condicionamento físico e importância cultural. Alguns estudos destacam a importância de sua alimentação, baseada no milho, e chama a atenção o hábito de ingerirem uma grande quantidade de uma bebida que poderia ser chamada de “cerveja de milho”.
IDADE DA PEDRA
Estes índios são muitos distintos socialmente. Seu modo de vida mudou muito pouco nos últimos seis séculos, eles não valorizam o dinheiro e coisas materiais. São tímidos, sensíveis e vivem isolados mesmo dentro da própria casa. Só falam quando absolutamente necessários. Quando enfrentam um conflito, reagem passivamente não disputam com invasores (exploração da madeira) e esta prática é considerada uma das razões para sua sobrevivência, mas cada vez mais recuam na Barranca del Cobre em condições ainda mais adversas.
O TESGUINADO
É o evento social mais importante além das competições que envolvem corridas. Nesta ocasiões bebem grandes quantidades de tesguino, a cerveja de milho, até ficaram intoxicados. 90% das infrações sociais como adultério, brigas e até homicídios ocorrem no tesguinado. Ninguém é punido por qualquer infração pois a culpa recai sobre a bebida ingerida.
 

COMPETIÇÕES PÚBLICAS
Desde de 1992 os Tarahumaras tem sido levados para participar de competições públicas. Os resultados são inesperados, em decorrência do seu nível cultural, pela falta de apreço por premiação, por sua timidez e desconhecimento dos equipamentos utilizados. Em seu ambiente natural costumam correr descalço ou uma sandália feito de forma artesanal, com um solado de borracha de pneu velho.
Tem dificuldade com a hidratação e alimentação nas ultramaratonas pois culturalmente, ficam aguardando que sejam oferecidas, não tomando a iniciativa. Mesmo com todas dificuldades e principalmente o risco da exploração comercial de alguns empresários inescrupulosos, várias ultramaratonas nos Estados Unidos, foram vencidas por representantes Tarahumaras.

DICA DE LIVRO: NASCIDO PARA CORRER
Tudo começou com uma simples pergunta: “por que os meus pés doem?”. Para responder, no entanto, o jornalista Christopher McDougall teve que passar pela maior aventura de sua vida, entre personagens inacreditáveis num dos lugares mais remotos e perigosos do mundo. McDougall, um fã de corridas ao ar livre sofria com constantes problemas ao se exercitar. Quando procurou um grande especialista em lesões esportivas, ouviu o diagnóstico definitivo: “O corpo humano não foi projetado para esse tipo de exagero”. A partir dessa sentença, que parecia um tanto contraditória com a maioria das recomendações de saúde, o autor passou a procurar na ciência as respostas para a sua pergunta. No entanto, se quisesse uma solução verdadeira não poderia percorrer apenas laboratórios, mas teria que se embrenhar entre os desfiladeiros mais isolados do México, onde vivem os índios Tarahumara, os maiores corredores de todos os tempos. E é neste ponto que a vida do jornalista se transforma para sempre.Nascido para correr –a experiência de descobrir uma nova vida é um grande sucesso nos Estados Unidos desde o seu lançamento, que agora o leitor brasileiro pode conhecer pela Editora Globo. O livro conta a história desconhecida de um povo que habita a região de encostas e cânions inacessíveis na fronteira mexicana com os Estados Unidos. Eles são os melhores corredores do mundo, superando em muitas vezes a resistência de maratonistas experientes. Com a maior naturalidade, correm distâncias enormes, em condições inacreditáveis para qualquer atleta de elite. O problema é que – apesar de viver em perfeita harmonia entre seus membros – não gostam da visita de estranhos que quebrem seus ritmos de vida. Para conseguir o contato e a confiança dos Tarahumara, McDougall precisou passar por narcotraficantes perigosos e personagens que lembram fantasmas mitológicas do velho oeste. É o caso do misterioso Caballo Branco, o único que tem acesso aos índios ao mesmo tempo em que faz aparições nos vilarejos próximos. Escrito numa linguagem ágil e vibrante, característica do melhor etilo jornalístico dos grandes repórteres de ação, Nascido para correr tem o vigor da grande aventura aliada a um questionamento profundo. Os índios não parecem ser apenas imunes à dor e ao cansaço ao correr o equivalente a quatro vezes uma maratona nos piores terrenos e condições. Eles ainda compartilham de uma sociedade baseada na confiança mútua e nas trocas alegres com uma espécie de cerveja local, num clima de estrema serenidade. Os maiores atletas são também os mais pacíficos e gentis, e aqueles que nunca se machucam na atividade... Dos laboratórios de Harvard às montanhas mais remotas, até onde pode levar uma corrida? Ainda não tive a oportunidade de ler este livro, mas estou muito curiosa!

 

domingo, 3 de julho de 2011

O Retorno do Planeta Chupão - Cinema de Objetos

Sinopse do filme:
Uma mulher gaúcha afrodescendente (Abayomi) é surpreendida pela força eletromagnética do gigantesco Planeta Chupão que, em sua trajetória elíptica de milhões de anos, torna a passar próximo a Terra. Se concretiza a sábia profecia do velho índio que denunciou o modo de vida contemporâneo do homem que vive a partir do tempo artificial e esbanja dos recursos naturais em um neurótico egoísmo antropocêntrico.
Música de Ranato Borguetti (uma releitura)
Ficção
12 anos
Direção roteiro e produção de Cláudia Quadros

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Desenhos da Lenda

Verdadeiras obras de arte chegaram hoje à minha caixa de entrada!

Colocando em tintas a Lenda da Princesa Asteca...
seguiram a sugestão da primeira postagem da Série Passarinhos...
as artistas:

Dãdã

e...

Liseane

Me surpreenderam com tanta expressão, detalhes, como se o desenho mesmo fosse uma foto real do acontecido.

Os desenhos já estão também na postagem da série passarinhos: Os Bem-te-vis de Santa Catarina, como prometido, mas não pude deixar de homenageá-los aqui, em especial.
Se alguem mais quiser desenhar, sempre estará valendo.

A Princesa Asteca

Há milhares de anos atrás vivia ,  na América Central , uma linda princesa asteca . Segundo a lenda nenhuma criatura poderia vê- la nua tomando banho , pois se isto acontecesse seria o fim daquele império .
Sempre quando ela ia  banhar – se nos rios , a feiticeira da tribo ia afastando todos os animais de perto . Porém havia um pássaro cujo sonho era ver a princesa despida e sempre era difícil para a bruxa retirar aquela ave da floresta .
Um certo dia , este animal escondeu – se numa árvore de um jeito que a feiticeira não percebesse . Quando a princesa despiu – se e entrou na água , o bicho saiu do esconderijo e gritou com deboche :
- Bem – te- vi !
- Bem – te- vi !
Um dia depois os invasores espanhóis destruiram o império asteca .
Este é um espaço livre e alternativo para quem se permite mostrar sua arte em qualquer parte.
A ARTE É A ÚNICA EXPRESSÃO DO SER HUMANO QUE É LIVRE; LIVRE DE PADRÕES SOCIAIS OU INSTINTOS ANIMAIS. (Quadros, 2011)
Porque os nossos instintos naturais foram substituídos pelos padrões sociais e o ser humano não consegue transcender, senão pela arte.
Esta é a tese que pretendo defender quando fizer meu doutorado em antropologia.
ha! ha!

Abraços! Desenhem sempre!

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá
as aves que aqui gorjeiam,
não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas
nossas várzeas tem mais flores,
nossos bosques tem mais vida
nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, a noite
mais prazer eu encontro lá
minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores
que tais não encontro eu cá
em cismar sozinho a noite
mais prazer eu encontro lá
minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá

Não permita Deus que eu morra
sem que eu volte para lá
sem que desfrute os primores
que não encontro por cá
sem qu'inda aviste as palmeiras
onde canta o sabiá.

GONÇALVES DIAS